Vicente Dobroruka


Aristônico, Blóssio de CUMAE e o “rei vindo do Sol” na Ásia Menor

Bens e terras em comum, então e agora
A primeira coisa que se deve ter em mente ao tratar do tema de Aristônico de Pérgamo é exatamente a distinção entre o que se fez com relação a posteridade de sua rebelião (i.e. aquilo que se imaginou futuramente, de modo anacrônico, como o “primeiro estado comunista” [Mossé, 1969]) e por outro lado aquilo que de fato ocorreu pela escassa documentação de que dispomos. Ironicamente ambas as possibilidades se originam no mesmo autor, que é Diodoro da Sicília; os dois itens em questão dizem respeito a projetos que a posteridade utilizaria como meros topoi literários no caso dos Cidadãos do Sol de Aristônico, ou como o esboço de uma utopia futura no caso do aconselhamento por retóricos como Diófanes (exilado de Mitilene) e filósofos como Blóssio de Cumae [Dudley, 1941; Brown, 1947], distinção feita segundo Plutarco [Vidas de Tibério e Caio Graco, 20,3-4]. Por isso houve quem argumentasse que essa era mais uma prova de que os projetos de reforma social dos Gracos em Roma tinham paralelos em outros locais do mundo helenístico. Blóssio teria sido instrumental nesse processo por ter sido aluno de Antípatro de Tarso em Roma [Vidas de Tibério e Caio Graco, 8,6].

Isto quer dizer entre outras coisas que o estoicismo de Zenão e seu “Estado ideal” encontraram solo fértil na posteridade daquilo que nos propomos a examinar neste paper sobre um eixo mais propriamente historiográfico [Baldry, 1959].

Trata-se aqui de avaliar o tema dos “Cidadãos do Sol” (heliopolitai) ou ainda da “Cidade do Sol” (Heliópolis), representação do próprio Deus-Sol Apolo que, com seus raios, abrange toda a Terra sem distinções de classe, nascimento ou posses. Como outro autor já disse, o Sol era o único conforto que o camponês da Ásia Menor poderia esperar desde sempre, mas em especial durante as primeiras décadas da diplomacia romana com toda a sua brutalidade e falta de tato após 200 AEC, aproximadamente. Lívio é o autor mais preciso nas informações referentes à revolta, datando-a de 132 AEC;

“[...] no décimo-quarto ano após a destruição de Cartago [i.e. 146 AEC] [...] (O) Cônsul Publius Rupilius levou à termo a guerra na Sicília contra os escravos fugitivos. Aristônico, um filho do rei Eumenes, tomou a Ásia, embora esta devesse tornar-se autônoma de acordo com o expresso legado ao povo romano no testamento do rei Átalo [...] (o) Cônsul Marcus Perpena venceu Aristônico e aceitou sua rendição”. [Sumários, 52; cf. ainda Diodoro, 34.2 e Valerius Maximus II 7.3; VI 9.8; IX 12].

Anteriormente a Perpena, Lucius Valerius, sacerdote de Marte em Roma, fora enviado contra Aristônico e fracassara, informação importante relativa ao comando da guerra fornecida por Cícero [Filípica, 11, 8]

O elemento religioso-simbólico parece muito importante ao se analisar a pouca informação referente ao levante de Aristônico.  Heliópolis, seja lá o que fosse em termos de projeto social, ideal estóico ou simplesmente refúgio de ladrões, não parece um nome escolhido aleatoriamente - Apolo, divindade solar como vimos, está fortemente associado à Ásia. Lembremos que Apolo foi um dos deuses que lutaram ao lado dos troianos em Homero; como se não bastasse isso, Apolo também aparece associado aos “hiperbóreos” de Píndaro [Odes Pítias, 10; Odes Ístmias, 23; Paeans, 65 etc.], outro povo que viveria modicamente em felicidade perpétua exatamente por não possuir bens, não fazer heranças ou partilhas, não definir paternidade nem realizar casamentos.

Além disso tudo, ou talvez por causa desses elementos, Apolo é mais uma figura no grande complexo mítico que nós podemos chamar de “Vingança do Oriente contra Ocidente”, ou “Vingança da Ásia contra o Ocidente”, que inicialmente tomou a forma de ódio contra o helenismo mas no momento de que estamos tratando tem mais a ver com aversão a Roma, sucessora brutal dos estados helenísticos, pequenos (como Pérgamo) ou grandes (como os restos do Império Selêucida).

O tema que nelas todas encontra-se de algum modo relacionado a Aristônico tem mais precisamente a ver com a inquietação social em torno de Pérgamo na década de 160 AEC em diante [Magie, 1950], e de um testamento pelo seu último rei, Átalo III, que freqüentemente foi questionado quanto à sua autenticidade. Esse testamento garantia aos romanos como legado a cidade mas que não era claro quanto ao seu entorno - donde a crença mal fundamentada de que os seguidores de Aristônico viriam portanto das massas pauperizados dos campos, cada vez mais miseráveis em função das guerras com Roma e da crise gerada pela escravização em escala maciça.

Como falar de “conflito de classes” na revolta de Aristônico?
Ao menos um autor questiona essa proposição (a de que o bastardo de Pérgamo representaria os interesses de escravos e despossuídos em geral) e nos lança um outro desafio, que ficará para uma outra comunicação: o argumento é que Aristônico teria chegado a Pérgamo não vindo do campo, mas sim da Trácia [Potter, 1988], região que entre 340 AEC até a década de 80 AEC, mas notadamente entre 160 e 80 AEC produziu uma série de revoltas sociais, todas anti-romanas e todas também de caráter social; que Aristônico tenha vindo de lá, portanto, não deve surpreender, ainda que ele fosse um meio-irmão bastardo do filho legítimo do próprio Átalo III (daí ter também passado aos registros históricos como Eumenes III). Plutarco, ao comentar o espanto causado pela perseguição de Tito Flamínio a um Aníbal já idoso, acaba por concluir que sua conduta era compreensível à luz dos acontecimentos relacionados a Aristônico:

“E os eventos seguintes foram talvez mais ainda justificadores de Tito; pois Aristônico, (neto de uma harpista), usou de sua reputada ligação com Eumenes para conflagrar a Ásia (Menor) com guerras e rebeliões” [Vida de Tito Flamínio, 21,6]

Deve-se levar em conta ainda que o nosso entendimento de “cidadão” e de “reforma agrária”, ou de qualquer termo ligado à cidadania e ao acesso aos meios de produção (ou seja, alimentação e sustento) tinha um significado muito distinto no mundo antigo. A reforma dos Gracos em Roma não visa diminuir a pobreza: trata-se da posição inversa, segndo a qual diminuindo a pobreza, Roma terá mais cidadãos. A diminuição da miséria é efeito colateral (bem-vindo por parte dos tribunos da plebe, por certo), mas não motivação principal para a reforma. A mesma lógica se aplica ao interesse, voraz e comum, de Senado e plebe com relação ao legado do reino de Pérgamo.

O que ficou para a “história oficial” ou politicamente correta é que o Senado romano, em sua miopia, não quis enxergar a miséria do campesinato de Roma e preferiu se adaptar momentaneamente ao trabalho escravo, que era muito mais barato que terminaria por levar à toda uma série de revoltas das quais a principal foi a de 130 AEC na Sicília - a primeira e principal província romana De todo modo, Aristônico foi traído e entregue ao romano Lucullus, sendo posteriormente executado em Roma, como de praxe nesses casos; deve-se notar que sua execução aproxima-se mais da de um cativo de guerra do que da punição exemplar a um escravo rebelde.

Do mesmo modo, quando o suposto testamento de Átalo III chegou a Roma? Sabemos que a notícia foi bem recebida, mas em quanto tempo? A informação mais clara vem de Florus, na sua Epítome da História Romana (sabemos pouco sobre o próprio Florus, que deve ter vivido - caso a Epítome não seja de algum homônimo - entre 74 - 130 EC).

“Átalo, rei de Pérgamo, filho do rei Eumenes, que havia sido nosso antigo aliado [i.e. romano] e nos apoiou na guerra, deixou um testamento que dizia, ‘Que o povo romano seja o herdeiro de meu patrimônio: as seguintes possessões agora constituem propriedade real’. Portanto, entrando desse modo nessa herança, o povo romano tomou posse de uma província não por meio de guerra ou pela força das armas, mas, o que é ainda mais justo, pelo direito conferido por um testamento. Difícil é afirmar se o povo romano perdeu ou ganhou essa província com maior facilidade. Aristônico, um jovem ardoroso de sangue real (sic), facilmente obteve o favor de algumas cidades acostumadas a obedecer a reis, e obrigou mais algumas - Myndos, Samos e Colophon - que recusaram-se (inicialmente) a juntar-se a ele. Ele também derrotou o exército do pretor Crassus e capturou seu comandante [...] Aristônico foi pouco depois derrotado por Perperna e feito prisioneiro, e foi mantido a ferros após renunciar a seus desígnios” [Epítome da História Romana, 35, “A Guerra Asiática”]

Essa informação faria imensa diferença para diferenciar o trecho de Florus de mero azedume patrício para análise objetiva de um ganho concreto. Lembremos que um dos principais interessados é exatamente Tibério Graco, pois ele enxerga na posse de mais esse território a possibilidade de gerar mais cidadãos, por significar mais romanos com acesso a bens de raiz. “Mais cidadãos” no mundo antigo significa mais deveres e não mais direitos, como reza o entendimento moderno. O aspecto fantástico da “Cidade do Sol” de Aristônico deriva de uma passagem que contém a descrição “factual” de um mundo perfeito (contemporâneo a quem o descreve), em Iâmbulo, que foi pouquíssimo preservado em Diodoro da Sicília, na qual se faz referência a algo que seria uma mistura da Idade de Ouro de Hesíodo e da “perfeição” da República de Platão, acrescidos possivelmente de alguma doutrina estóica [Dubois, 2006; McAlhany, 2016]. Todavia, veremos como o vínculo “heliopolitai” / Iâmbulo e “heliopolitai” / Aristônico é frágil.

Para concluir o raciocínio do interesse romano, vejamos Apiano, outra fonte importante para o tema tratado, ao mencionar (ou mais provavelmente, ‘dizer no espírito do que deveria ter sido dito’, como queria Tucídides) o discurso de Sula aos efésios:

“Não tomamos posse de vocês quando se tornaram nossos súditos ao invés de (Antíoco), exceto pelos poucos locais que concedemos a Eumenes e aos ródios, nossos aliados de guerra, (e o fizemos) não como tributários, mas como clientes. [...] Tal foi nossa conduta com relação a vocês. Por outro lado, vocês, quando Átalo Filométor [i.e. Átalo III] nos deixou seu reino em testamento, ajudaram Aristônico contra nós por quatro anos, até ser capturado e a maior parte de vocês, por medo ou necessidade, retomou suas obrigações para conosco” [História Romana, “Guerras Mitradaicas”, 9]

Existe uma relação intencional entre a polis perfeita e o mundo dos “Bem-Aventurados”?
A pergunta que lanço aos leitores desta comunicação é a seguinte: estamos ainda falando dos habitantes das “Ilhas dos Bem Aventurados” (termo usado por Iâmbulo) na condição de cidadãos, ou já se tornaram outra coisa - nesse caso, uma relação não mais com uma polis mas com o país ou mundo dos mortos [Bidez, 1932]? Dito de outro modo: as duas heliopoleis são semelhantes?

O exercício de investigar (ou antes, imaginar) qual era a composição dessa massa pauperizada conduzida por Aristônico numa revolta que foi muito efêmera nos levou à conclusão de que não era uma turba homogênea, porém antes uma massa que continha elementos bem variegados - desde o habitante urbano grego ou helenizado até o camponês anatólio mais rude. Podemos mesmo ver uma oposição entre cidade e campo, mas o que não me parece concebível é que os “Cidadãos do Sol” de Aristônico estariam em busca de um mundo de “prazeres sem deveres”. Isso parece inconcebível ao homem antigo (mesmo levando-se em conta utopias geográficas como a de Iâmbulo, da qual pouco sabemos, utopias do passado ideal como em Hesíodo ou utopias sumamente autoritárias como a platônica); este poderia mais provavelmente estar em busca de um mundo de saque ou ao menos um mundo de saque momentâneo, i.e. de uma “economia do desperdício”.

Deve-se ainda observar a cunhagem de moedas em que Aristônico se faz equivaler a outros reis [Kienast, 1977], observação que nos leva a crer que este último pensava não no aqui momentâneo e no desfrute imediato de todas as coisas preliminares ao paraíso de “Heliópolis”, mas antes que ele tinha algum projeto político de média ou longa duração.

Desproporção enre o peso da revolta de Aristônico e a relevância da provícia romana da Ásia
Resta ainda saber porque temos tão poucos testemunhos para Aristônico. É verdade que podemos comparar sua revolta com uma outra que lhe é praticamente paralela na Sicília, mas na qual Diodoro enxerga humanidade nos escravos revoltados. Isso talvez se deva ao tratamento gentil que deram a filha de um dono de escravos particularmente cruel [35, 13]. Nada disso se faz presente na nossa revolta e sabemos pouco dela, mas sua posteridade como cidade solar muito se fará presente no tema da oposição da Ásia e Europa. Esse leitmotif encontra-se um pouco por todo lado, em Heródoto e mesmo no começo da Guerra do Peloponeso de Tucídides, nos Oráculos Sibilinos, na literatura apocalíptica; nos oráculos cristãos forjados ainda na Antigüidade tardia já é moeda corrente. Ou seja, é um topos literário que não deve ser tratado de modo monolítico. Esta é a crítica principal que eu venho a fazer ao tratamento simplista de uma revolta da qual pouco sabemos: o que ela almejava? De onde veio Aristônico? A questão mesma da dúvida quanto à autenticidade do testamento também evoca o tema da oposição da Ásia ao Ocidente. Uma outra coisa é a projeção temporal dos cidadãos no som como o esboço de perfeição na terra convém lembrar que todos os modelos de perfeição terrestre no mundo antigo são sem exceção muito conservadores são algo como as constituições mistas de Aristóteles e Platão são como a república mesmo Platão são ainda tal pode-se dizer talvez com um retrato pintado urariano de Alexandre mas nunca são o modelo de distribuição igual de bens.

Muito falamos sobre as implicações da cidadania no mundo antigo - da responsabilidade ligada à pertença a uma polis. Todavia, falamos de poleis concretas, que sabemos ter existido; mesmo Pérgamo se encaixaria nesse modelo. E a “Heliópolis” da revolta de Aristônico?

O que foi legado?
As fontes em relação ao levante de Aristônico são ambíguas quanto ao que teria sido legado - a cidade de Pérgamo ou as terras torno da cidade também? O mesmo se dá quanto ao contingente trácio de mercenários que lutaram por Aristônico; alguns afirmam que sua presença já era corriqueira na região, outros que Aristônico buscou os trácios como reforço na própria Trácia. Todavia, esse legado patrimonial nos deixou um outro legado, esse historiográfico - já que “Senado e povo” de Roma tinham, por motivos semelhantes mas finalidades distintas, interesse na herança de Átalo III.

Porém, muitas questões permanecem sem respostas. Como Blóssio envolveu-se no suposto projeto utópico de Aristônico? E em que medida esse projeto teria se apoiado nos idéias estóicos do Estado ideal? E mesmo que fosse esse o caso, como Aristônico teria tido acesso a esse conjunto de idéias (ele sempre aparece nos relatos como homem de ação, nunca como um teórico no viés de Blóssio ou dos Gracos). Por fim: o que Iâmbulo (aparentemente mais um grego idealizador de povos perfeitos à uma distância segura o bastante da civilização urbana para não ameaçar-lhe, mas próximos o suficiente para evocarem suspiros dos mais sensíveis) tem de fato a ver com todo o complexo da revolta de Aristônico - testamento, bastardia, levante, cidade vs. campo? Centro e periferia também seriam outra oposição possível - o centro civilizado e urbano (com suas mazelas) e uma periferia inculta porém perfeita (imagem do mundo dos mortos, ou talvez ele mesmo).
No caso da relação Aristônico - heliopolitai - Estado ideal, qual o papel de Iâmbulo - supondo que seja de fato papel importante ou mesmo existente?

A referência que poderia vincular ambos é, em minha opinião, frágil, inoportuna e refere-se a um universo bem distinto da “recomposição” fundiária proposta quer pelos Gracos, por Blóssio e muito menos pelo (pouco) que se sabe de Aristônico. Em Diodoro da Sicília, após o encômio habitual comparando a perfeição dos habitantes das “Ilhas dos Bem-Aventurados” aos homens do mundo real e suas poleis [Biblioteca Histórica, 2.55-61], encontramos apenas uma, uma única referência que poderia ligar o Sol a habitantes perfeitos e despreocupados: muito pouco para que se estabeleça qualquer vínculo com Aristônico: “E em seus festivais e festas, hinos são entoados para os deuses e especialmente para o Sol, de cujo nome tomaram emprestado o das [suas] ilhas e o de si próprios”.

Os termos heliopolitai, Heliópolis ou quaisquer outros semelhantes sequer são mencionados no único local em que se tem uma descrição longa do que poderia ser “A Cidade do Sol”. A outra referência de Diodoro a Aristônico é curta, e em conexão com os levantes de escravos ocorridos na Sicília na mesma época [Biblioteca Histórica, 34,27]. E é só.

Referência em geral ignorada pelos estudiosos, que se debruçam sobre Blóssio e sobre os eventos relativos ao testamento de Átalo III encontra-se, surpreendentemente, em Estrabão - mesmo assim, também é bastante vaga: “Aristônico [...] foi para o interior e rapidamente reuniu um grupo considerável de despossuídos, e também de escravos, seduzidos pela proposta de liberdade, aos quais denominou Heliopolitae” [Geografia, 14,38]

E por isso mesmo, “Heliópolis” jamais será encontrada - ao que parece, foi um jogo de projeção e contra-projeção de ideais platônicos, estóicos, ódio de classe e as aspirações simplórias do bastardo, filho de uma harpista e colhido no turbilhão social da Ásia Menor dos sécs.II-I AEC.


Referências
Vicente Dobroruka é Prof. Dr. de História Antiga da UnB.
Mail: vicente.dobroruka@gmail.com

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8 comentários:

  1. Caro Professor Dobroruka,
    Parabéns pelo seu ótimo texto.
    Por favor, gostaria que o senhor desenvolvesse um pouco a parte da questão "socialista" de Heliópolis. Embora seja anacrônico usar essa concepção para explicar o projeto de Aristonico, poderíamos afirmar que (fazendo aí uma inversão) a utopia de Heliopolis não foi uma inspiração para raciocínios de cunho socialiazante? Ou seria mero "populismo"?
    obrigado,
    Everton Mauro Ribeiro

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    1. Caro Everton,

      Muito obrigado pelo interesse! Em resposta ao que perguntas, me parece que, se nem mesmo se sabe onde ficava, ou ficaria, ou mesmo se a idéia era de Aristônico ou de Blóssio, que trata-se de um anacronismo. Como usar Espártaco para justificar a abolição da escravidão etc. Esses conceitos não existiam no mundo antigo, muito menos o de abolir a pobreza mediante redistribuição de terras.
      O contrário é verdadeiro: distribuir terras para gerar mais cidadãos é idéia comum ao tempo da revolta.

      Um abraço,

      Vicente

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  2. Tibério Graco propôs reforma agrária em Roma; essa idéia não era socialista? E porquê ele tinha interesse no tesouro de Pérgamo? A idéia era dividir para o povo?
    Dalmo Soares

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    1. Olá Dalmo,

      Obrigado pelo e-mail! Bem, não era socialista - não se tratava de um projeto de reconfiguração dos meios de produção, por assim dizer. Nem mesmo era um projeto contra a escravidão.
      Em várias sociedades - mas notadamente na grega e na romana, respectivamente - a idéia de multiplicar o número de cidadãos (em armas) é que era a norma.
      O interesse na herança é de todos: do Senado por ser mais um jeito de saquear a Ásia, dos Gracos por ser mais terras a dividir pela plebe.
      Não era gratuito o ódio aos romanos depois de 120 a.C., com a revolta de Mitrídates...

      Um abraço,

      Vicente

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  3. daniele gluszczak skorupa2 de outubro de 2018 às 15:40

    Professor Dobroruka, quais seriam estas oposições entre campo e cidade?
    Daniele Gluszczak Skorupa

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    1. Olá Daniele,

      Obrigado pelo e-mail! Essa oposição se daria pelo fato de não ter ficado claro no "testamento" se a doação era do reino todo, ou só da cidade.
      O recrutamento de rebeldes no campo (e mesmo na TRácia) por parte de Aristônico só confirma essa oposição. O mesmo se dá em Roma, embora lá o tema da unidade entre Senado e povo seja um mito fundante, por assim dizer.

      Um abraço,

      Vicente

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  4. Professor Dobroruka,
    obrigado por seu texto, e por assunto tão interessante. Não conhecia Blóssio; qual a fonte para podermos estudar a sua vida?
    Cássio Motta

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  5. Olá Cássio,

    Obrigado pelo interesse! Na verdade, há muito pouco - nas vidas dos Gracos, em Plutarco, em Diodoro (creio) e em Lívio... Procure num bom dicionário de pensadores estóicos. Mas mesmo neles achei pouca coisa.

    Um abraço,

    Vicente

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